Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o setor particular de saúde no Brasil em 2022 teve um lucro líquido de R$ 2,5 milhões, o que representa um centavo para cada mil reais recebidos. O órgão informou que o segmento ficou no “zero a zero”, sem considerar os ganhos financeiros das empresas.
Por outro lado, os planos odontológicos e os serviços médico-hospitalares tiveram prejuízo de R$ 47,3 milhões e R$ 505,7 milhões em 2022, respectivamente. Ainda de acordo com a ANS, é a primeira vez que os planos odontológicos ficam no vermelho. Para cada R$ 100 de receita, o segmento teve uma perda de R$ 1,29. Já no caso dos serviços médico-hospitalares, para o mesmo valor, o prejuízo foi de R$ 0,22. “Nessas modalidades, o resultado negativo final foi puxado fortemente por grandes operadoras”, esclareceu a ANS.
Quem registrou um lucro expressivo em 2022 foram as administradoras de benefícios. Com um ganho de R$ 555,57 milhões, esse segmento geralmente comercializa planos coletivos. Conforme a ANS, desde 2021, o setor vem tendo “queda no desempenho com as operações de assistência à saúde (resultado operacional), especialmente, nas operadoras médico-hospitalares”. “Nota-se uma ressaca pós-Covid, com déficit de R$ 11,5 bilhões no resultado operacional”, destaca o relatório da ANS.
Apesar disso, o documento pontua que o prejuízo foi compensado pelo aumento das taxas de juros. “Esse prejuízo operacional, contudo, foi parcialmente compensado pelo expressivo resultado financeiro de R$ 9,4 bilhões no ano, reflexo do aumento das taxas de juros que remuneram as aplicações financeiras das operadoras”, destacou. Se as grandes operadoras vêm apresentando queda nos resultados anuais, em 2020 elas obteram um lucro recorde de R$ 18,7 bilhões e, em seguida, R$ 3,8 bilhões em 2021. Apesar do prejuízo de 2022, a ANS analisou que o quatro trimestre teve sinais de recuperação do segmento.
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