O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) está pesquisando uma forma de colocar em prática no Brasil a utilização de curativos biológicos feitos a partir de um tecido da placenta – geralmente descartado após o parto. Desde 2021, o Into estuda a captação e o preparo da membrana amniótica para a produção de curativos que têm o potencial de acelerar a cicatrização de ferimentos graves. A pesquisa ainda está em fase de testes.
20 placentas foram doadas pela Maternidade Carmela Dutra (RJ). A coleta acontece com a autorização de mães que recebem informações sobre a pesquisa. Estima-se que cada placenta é a base da produção de seis curativos. Em entrevista à Agência Brasil, Sandra Baião, cirurgiã plástica e responsável técnica do Banco de Pele do Into, explica que a equipe “já fez a coleta de algumas placentas e todo o trabalho de preparo dessas placentas, para avaliar o resultado. São feitos alguns testes em relação à segurança para utilização desse material”.
Em uma segunda etapa, os curativos serão aplicados nos pacientes do Instituto. “Nesse momento, a gente ainda não iniciou essa utilização. Estamos ainda na primeira fase de avaliação do curativo biológico à base de placenta, em relação à qualidade e à segurança biológica, para depois utilizá-lo em pacientes”, afirmou Baião, que acredita que a segunda fase do estudo será iniciada ainda neste ano.
Alguns países, como Estados Unidos, França e Alemanha, já utilizam a membrana no tratamento de alguns ferimentos. No Brasil a ideia ainda está em processo de regulamentação, sendo considerado ainda experimental. Segundo Baião é preciso testar como a novidade se aplicará na população nacional. A pesquisadora ainda elucidou que somente determinados ferimentos de difícil cicatrização poderão receber o curativo do tecido da placenta.
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