Um estudo conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina de Stanford, nos Estados Unidos, revelou a possibilidade de identificar qual órgão apresenta sinais de envelhecimento acelerado em cada indivíduo, fornecendo insights valiosos sobre riscos de doenças e mortalidade associados a órgãos específicos. Publicada na Nature Research em 6 de dezembro, a pesquisa envolveu 5.678 participantes.
A pesquisa apontou que, mesmo entre pessoas da mesma faixa etária, um órgão pode envelhecer mais rapidamente em alguns casos, aumentando o risco de doenças e, por conseguinte, de morte relacionada a esse órgão. O estudo indicou que aproximadamente 1 em cada 5 adultos saudáveis com 50 anos ou mais possui pelo menos um órgão envelhecendo em um ritmo acelerado.
Apesar da natureza preocupante dessa constatação, o estudo destacou a capacidade de detectar o envelhecimento precoce dos órgãos por meio de um simples exame de sangue. Essa abordagem permitiria a implementação de intervenções terapêuticas muito antes do surgimento de sintomas clínicos.
Tony Wyss-Coray, autor do estudo e professor de neurologia, enfatizou a capacidade de estimar a idade biológica de um órgão em uma pessoa aparentemente saudável, proporcionando uma previsão do risco de desenvolvimento de doenças relacionadas a esse órgão.
O estudo inovador foi além, atribuindo números distintos a cada um dos 11 principais órgãos, sistemas de órgãos ou tecidos estudados, incluindo coração, gordura, pulmão, sistema imunológico, rim, fígado, músculo, pâncreas, cérebro, vasculatura e intestino.
A análise revelou que 18,4% das pessoas com 50 anos ou mais tinham pelo menos um órgão envelhecendo significativamente mais rápido que a média, aumentando o risco de doenças específicas nesse órgão nos próximos 15 anos. O estudo alertou que indivíduos com dois órgãos envelhecendo rapidamente apresentavam um risco 6,5 vezes maior de mortalidade em comparação com aqueles sem órgãos envelhecidos.
Os pesquisadores utilizaram dados sobre os níveis de proteínas no sangue para determinar o envelhecimento acelerado dos órgãos e a suscetibilidade a doenças e mortalidade. Um algoritmo de aprendizado de máquina foi treinado para prever a idade com base nesses níveis de proteínas, mostrando precisão ao avaliar a idade de uma amostra representativa da população dos EUA.