De acordo com o relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada cinco crianças em todo o mundo não recebeu nenhuma vacina ou não completou o esquema de doses necessário para ficar completamente imunizada contra doenças preveníveis. O relatório também destaca que sete em cada oito meninas elegíveis para a vacinação contra o HPV não receberam a dose, que protege contra o câncer do colo do útero, enquanto uma em cada cinco crianças no planeta não foi vacinada contra o sarampo.
O Unicef alerta que o planeta está enfrentando o maior retrocesso contínuo na imunização infantil em 30 anos, alimentado pela pandemia de Covid-19, e cobra urgência na retomada das coberturas vacinais globais. O relatório aponta que 67 milhões de crianças perderam por completo ou parcialmente a chamada imunização de rotina no período entre 2019 e 2021, e estima que as coberturas vacinais tenham caído em 112 países.
O documento destaca ainda sistemas de saúde sobrecarregados, falta de recursos e mudanças na percepção sobre a importância das vacinas como alguns dos principais desafios enfrentados pela imunização infantil. As crianças que não estão recebendo vacinas vivem nas comunidades mais pobres, remotas e vulneráveis, e as crianças não vacinadas vivem frequentemente em comunidades de difícil acesso, como zonas rurais ou favelas urbanas.
Para ser considerada imunizada, a criança precisa tomar todas as doses recomendadas do imunizante, incluindo os reforços, quando houver necessidade. O Unicef classifica como vital fortalecer a atenção primária e fornecer recursos e apoio aos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente para retomar as coberturas vacinais.
A entidade pede que os governos do mundo todo fortaleçam a demanda por vacinas, construindo confiança entre a população; priorizem o financiamento de serviços de imunização e atenção primária à saúde; e reforcem seus sistemas de saúde, incluindo investimento e valorização de profissionais de saúde. O relatório global também destaca a importância de valorizar e apoiar as mulheres que estão na linha de frente da distribuição de vacinas, garantindo salários justos, treinamento formal, oportunidades de carreira e segurança no trabalho.
Com informações da Agência Brasil.
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