A história da Sofya teve início no núcleo de inovação do Hospital Sírio-Libanês. Fundada em 2022, a startup surgiu a partir de uma colaboração entre um time de especialistas médicos e profissionais de tecnologia. Eles desenvolveram uma solução que combina uma plataforma de voz com inteligência artificial, permitindo que médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde reduzam em mais de 40% o tempo dedicado ao preenchimento de formulários assistenciais, aumentando a precisão e personalização no atendimento aos pacientes.
“Em algumas especialidades médicas, para cada hora de cuidado assistencial, o profissional gasta mais uma hora documentando nos sistemas. A burocracia digital é um grande desafio para as equipes assistenciais. Passamos a nos perguntar como as novas tecnologias poderiam resolver esse problema, liberando mais tempo para o cuidado ao paciente e menos para a documentação”, explica Igor Couto, cofundador e CEO da Sofya, em entrevista ao Startups.
A ferramenta foi criada para ajudar os profissionais de saúde a melhorar a qualidade clínica, aumentando a eficiência, personalização e precisão nas tarefas mais críticas. “Não se trata apenas de economizar tempo com a burocracia digital, mas também de aliviar a pressão cognitiva das equipes de saúde, funcionando como um segundo cérebro para pensar conjuntamente em como melhorar o cuidado”, acrescenta o executivo.
Entre suas funcionalidades, o sistema oferece a automatização de tarefas rotineiras, como o preenchimento de documentos por meio de comando de voz e suporte para decisões clínicas complexas, como diagnósticos e sugestões de exames laboratoriais apropriados. Além disso, otimiza filas de pronto atendimento, identifica casos de anafilaxia em prontuários eletrônicos, preenche o DRG (sistema global de classificação de casos hospitalares) e analisa o histórico de exames dos pacientes.
Segundo Igor Couto, CEO e cofundador da startup, essa tecnologia também beneficia os pacientes, pois médicos menos sobrecarregados têm menor risco de cometer erros em diagnósticos. “Estamos falando de erros médicos graves, diminuição na qualidade do cuidado ao paciente, incidentes de segurança e, consequentemente, uma notável redução na satisfação dos pacientes”, afirma.
Atualmente, a IA é utilizada no ambulatório de cardiologia do Hospital Sírio-Libanês. Outros hospitais, como o Hospital do Amor, especializado em tratamento de câncer, também adotaram o serviço da Sofya.